Foto: Bocão News |
A prefeita eleita de
Maragojipe, Vera Lúcia Maria dos Santos, a Vera da Saúde (PMDB), assumiu o município
no dia 1º de janeiro de 2013. Com dois meses de administração, a gestora já
acumula denuncias que colocam em cheque a sua gestão que tem data prevista para
findar no dia 31 de dezembro de 2015. Eleita com 13.035 votos, Vera contou –
segundo reportagem do Jornal da Metrópole - com o apoio valioso do deputado
estadual Targino Machado (PSC). A ligação entre o parlamentar e a peemedebista
levantou algumas suspeitas com a publicação de quatro contratos sem licitação
que foram publicados no Diário Oficial do Município de 30/1. Dentre estes,
ganha destaque a contratação da consultoria jurídica do o escritório Lomanto,
Brito & Machado Neto Advogados Associados da qual um dos sócios é Targino
Machado Pedreira Neto, filho do deputado Targino Machado. O contrato, de 12
meses, tem valor global de R$ 216 mil — ou R$ 18 mil por mês. Segundo um advogado especializado em processos
licitatórios contatado pela Metrópole, a contratação do escritório foge à
razoabilidade. “Se já existem quatro ou cinco procuradores à disposição da
prefeitura, não é razoável contratar uma assessoria jurídica, com preço
acima do mercado, para fazer esse trabalho”, diz. Já Targino Neto discordar. Segundo ele, pode ser
feita a contratação direta não só em caso de “notória especialização”, mas
também de “confiança do gestor no trabalho do advogado”. Questionado
pela publicação se já havia trabalhado com a prefeita, o filho do deputado
Targino Machado negou.
A situação da prefeita se complica ainda mais com
as declarações do ex-coordenador da campanha e ex-secretário de Educação da
cidade, Arivaldo Vieira, que escreveu carta aberta na qual acusa Vera de
“compra de votos”, “pagamento irregular de salários, contratos milionários”,
“contratação irregular de funcionários”, além de “atos de improbidade
administrativa e (...) perseguições políticas à população”. “Eu era o titular
da Pasta e somente fui nomeado por força de um acordo político com características
de aliciamento e compra de votos que vou denunciar”, diz Arivaldo. As denúncias levaram os vereadores da oposição
Neto do PT, Roque do Trator (PT) e Didi da Avenida (PSDB) a pedirem a abertura
de uma CPI para investigá-las. A assessoria de comunicação da prefeita disse
que ela “não tem medo” da CPI. b Vera da Saúde não concedeu entrevista ao Jornal da
Metrópole porque, segundo a assessoria, tinha a agenda cheia. Targino Neto
disse desconhecer o valor de R$ 216 mil e falou que o contrato é de R$ 180 mil.
O procurador-geral do Município, José Costa Neto, também disse desconhecer o
contrato, mas admitiu que “alguns” dos serviços do escritório poderiam ficar a
cargo da Procuradoria. O deputado Targino Machado não foi encontrado para
comentar as denuncias.
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