O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, disse
que a eleição do argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, como novo Papa, mostra a importância do estudo para o exercício da função. Ele concedeu entrevista nesta terça-feira (13) após o resultado do
conclave no Vaticano que resultou na primeira autoridade máxima da
Igreja Católica com origem latino-americana, que agora passa a ser
chamado de "Francisco". "É um homem intelectual, de muitos estudos. Antes de ser padre, ele
pensava em ser químico. Só depois que decidiu ser padre e jesuíta. Foi
por muitos anos professor, reitor de universidade, o que mostra uma
capacidade de organização. Em primeiro lugar, ele mostra que para chegar
ao cargo é necessário estudar", disse Dom Murilo. O nome do escolhido pelos 115 cardeais foi anunciado pelo mais velho
dos cardeais-diáconos, o francês Jean-Louis Tauran. O argentino não
aparecia nas últimas listas de favoritos, que incluíam o brasileiro Dom
Odilo Scherer e o italiano Angelo Scola. A escolha do novo Papa de ser chamado de Francisco, para o arcebispo,
também é simbólica. "É um homem de profunda espiritualidade, foi mestre
de noviços e cuidou de retiros espirituais. Com isso, demostra que a
reconstrução do mundo parte do coração das pessoas. Ele estabeleceu um
programa, porque Francisco, no início de sua missão, recebeu uma ordem
de Cristo: 'Vai e reconstrói a minha igreja'. Penso que ele está
assumindo este compromisso de reconstruir a igreja a partir da conversão
dos corações", disse. Na avaliação de Dom Murilo, a decisão é considerada histórica. "É o
primeiro jesuíta, primeiro latino americano, primeiro não europeu, quer
dizer, realmente é uma escolha histórica e surpreendente, demonstrando
que o Espírito Santo nos surpreende sempre com as suas maravilhas, mas
também que os cardeais não se deixaram levar pelo movimento da mídia",
afirmou. O religioso criticou o que chamou de "pressão da opinião pública".
"Parecia que quem ia eleger o papa seria a pressão da opinião pública.
Pressão que, muitas vezes, é baseada em argumentos que não são da
igreja, argumentos que não são de fé. Penso que se esse foi o escolhido é
porque é o papa que precisamos no mundo de hoje", avaliou.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário