14 de fevereiro de 2013

DEP. FEDERAL LUIZ ALBERTO É ENTREVISTADO PELA REVISTA ISTOÉ

Um dos principais defensores do regime de cotas raciais no Congresso, o Deputado Luiz Alberto (PT-BA), recebeu um pedido dos países que formam a União Africana para organizar um encontro de afrodescendentes de toda a América no final do ano. Confira trechos da entrevista

ISTOÉ: Por que fazer um encontro de afrodescendentes no Brasil?
LUIZ ALBERTO: Com 100 milhões de afrodescendentes, o Brasil é hoje uma referência para o progresso da população negra. As pesquisas mostram que 70% da chamada nova classe média é formada por afro-brasileiros. Todo mundo quer saber o que está acontecendo aqui.

ISTOÉ: E o que está acontecendo?
LUIZ ALBERTO: Em pouco tempo, nós progredimos mais do que muitos países. Embora a ação afirmativa seja mais antiga nos Estados Unidos do que no Brasil, nós andamos rapidamente. Nosso programa de cotas para ingresso na universidade só tem comparação com o regime que funciona na Colômbia. Claro que nem todos os problemas estão resolvidos. Mas já podemos pensar no futuro. A preocupação é saber o que vai acontecer daqui a dez anos, quando aqueles que se formaram sob o regime de cotas chegarem ao mercado de trabalho.

ISTOÉ: Os afrodescendentes de todos os países têm uma visão semelhante de sua situação?
LUIZ ALBERTO: Quase todos. Os norte-americanos são um pouco diferentes. Eles dão a impressão de se sentirem superiores. Eu disse isso ao Spike Lee que ele me entrevistou para um filme que está fazendo sobre o Brasil. O Spike Lee ficou sem graça e disse que a geração dele não é assim.

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